Matéria:
http://blogdojuca.uol.com.br/2011/12/socrates-brasileiro-1954-2011/
Homenagem Torcida
Resumo:
Como todo nascido no meio/fim da década de 1980, cresci ignorando a geração de 1982 em benefício da seleção tetracampeã de 1994. Tratava aqueles jogadores como uma geração perdedora, provavelmente refletindo algum aforismo da imprensa da época, deslumbrada com um título magnânimo.
Seguindo esse imbecil raciocínio, ignorei o futebol de Sócrates, cheguei a conhecê-lo apenas pelo epíteto de "irmão do Raí" até ver o vídeo em que ele já senhor e barrigudo dava uma bebericada num copo de chope antes de dar uma caneta no Kajuru ( http://www.youtube.com/watch?v=zh9xF29Ekoo). A partir daí, me tornei um obsessivo pelo futebol Zidanesco do Doutor!
Obviamente só pude conhecer sua genialidade (dentro e fora dos campos) pela internet, o que acabou se tornando uma grande frustração. Quanto mais eu lia sobre a democracia corinthiana, as Diretas Já, seleção de 1982, mais eu ficava com raiva de ter ignorado por tanto tempo esse personagem mitológico do futebol mundial!
Infelizmente, desde o meio do ano já havia indícios de que a história do estudante de medicina que se tornou Doutor em futebol estava se encaminhando para um triste fim. O bizarro foi que esse triste fim aconteceu exatamente no dia em que seus maiores súditos puderam comemorar um grande título. Um verdadeiro paradoxo!
Não conheço outro caso parecido, de torcida que perdeu seu maior ídolo no dia de um grande título!
Fica para a eternidade a imagem marcante de torcida e jogadores do Corinthians homenageando o Doutor, que foi velado durante o jogo que daria o título de Pentacampeão à equipe do Parque São Jorge.
Poesia:
Um minuto de silêncio
nunca é suficiente
Para quem tantas
vezes fez o povo vibrar...
Mesmo aqueles que
nunca viram seu genial calcanhar
Nem jamais ouviram
seus discursos eloqüentes
Entenderam o quanto
era justo o homenagear!
E em cada segundinho
de palavras ausente
Batia uma saudade de
uma era espetacular
Em que as pessoas e o
futebol eram mais atraentes.
Tempo em que a
academia valia menos que o talento,
Em que jogador era
pessoa, e não, monumento!
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Homenagem finda, e
enquanto o estádio está emocionado
Na alucinante
expectativa de gritar campeão,
Sócrates sobe ao
campo dos céus com discrição
Como se fosse somente
mais um assalariado!