Semana de 27/06 a 02/07/2011: Essa é a parada!

Matéria:

http://www.jb.com.br/pais/noticias/2011/06/26/parada-gay-toma-o-centro-de-sao-paulo-e-quer-entrar-no-livro-dos-recordes/


Resumo: Todos os anos no mês de junho uma multidão toma as ruas de grande cidades do planeta para as famosas passeatas do orgulho LGBTS. Esse ano quase 4 milhões ocuparam a Avenida Paulista, obviamente esse número não é somente de praticantes, mas também de simpatizantes, turistas, curiosos e outros... ou seja, há muito a parada gay deixou de ser apenas  um local para demonstrar sua opção sexual, cada vez mais ela vem se tornando um evento para todos os públicos. Sempre com uma bandeira muito importante sendo levantada.


Poesia:

Em diversos países, importantes ruas

São tomadas por eclética legião:

Figuras estranhas, exageradas, nuas...

Molecada interessada em pegação...

Há filhos que nem de casa saíram ainda,

Porém já conseguiram sair do armário...

Há pais chorando por sua desgraça infinda,

E outros pais, orgulhosos, já partidários

Da causa!... há policiais, banqueiros e juízes!

Turistas, perdidos, mendigos, curiosos...

Uns requebrando extremamente felizes...

Outros só ali observando, silenciosos...

Enquanto um menino beija outro menino...

E uma menina agarra outra menina...

O carro de som repete os mais gays hinos...

Sobe no ar uma nuvem de purpurina...

Uns, olhando pra baixo, escondem o rosto,

Não querem ser reconhecidos na passeata...

Outros, procurando exatamente o oposto,

Pintam a face com  as cores mais fartas!

Há gente com placas anti-homofobia...

Placas a favor do casamento gay...

Placas dizendo “eu te amo, Maria”...

Há até placas em que se lê “eu ainda não sei”...

Entre os milhões tem um pouco de tudo,

Verdadeiro arco-íris de escolhas humanas!

Cada um com sua causa, e seu jeito... contudo,

Sobre eles uma única bandeira flana.

E não é a bandeira gay que está ali de pé,

Tampouco as bandeiras da justiça ou igualdade,

A bandeira que pulsa ali de verdade

É a da liberdade de ser o que se é!

É a passeata dos que não são reprimidos:

Seja gay, hetero, pan ou travesti,

Todos os credos ali festejam unidos,

Mostrando o melhor que a humanidade possui.

Semana de 20/06 a 27/06/2011: Fitas Vermelhas

Matérias:

http://correiodobrasil.com.br/solidariedade-aos-bombeiros-do-rj-anistia-ja/257089/


Resumo:

Nas últimas semanas, o Rio de Janeiro foi testemunha de uma greve parcial de seus bombeiros reivindicando melhores salários e condições de trabalho. Após algumas ações controversas dos grevistas (que eu particularmente fui contra) e alguns conflitos que podiam ser evitados, a situação se acalmou. Hoje a população apóia a causa abertamente, o que pode ser confirmado pela quantidade significativa de carros e casas com fita vermelhas na porta. O poema é uma forma de apoio ao movimento, sempre de forma pacífica e respeitosa.


Poesia:

I

Quando todos fogem das labaredas

Desesperados, tensos por suas vidas...

Pra lá vão esses homens, como suicidas.

Apagar o fogo e revirar as pedras

Sem nunca dar batalha por vencida!

Imunes às chamas, sem medo de quedas,

Se arriscam por almas desconhecidas

Sem lhes cobrar por isso uma só moeda.

São no dia-a-dia os atores principais,

Sem dublês nem efeitos especiais,

De elaborados roteiros de ação.

São os bombeiros... figuras invisíveis

Que em segundos tornam-se imprescindíveis,

Nos condenando à eterna gratidão.

II

Só novecentos e cinqüenta reais

É o que ganham no dia de pagamento...

Vale se arriscar a qualquer momento

Pra ganhar poucos menos de mil reais?

Ninguém nesse mundo vive de ideais,

Os sonhos não nos servem de sustento!

É só o dinheiro que permite aos pais

Dar aos filhos estudo e alimento!

Tudo bem que são verdadeiros heróis,

Entretanto, como qualquer um de nós,

Merecem receber bem por seus serviços!

Fitinhas rubras mostrando apoio aos bombeiros

Se espalham por todo o meu Rio de Janeiro:

Eles merecem muito mais do que isso!

Semana de 12/06 a 19/06/2011: Ah, os nossos políticos

 

 Matéria:

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,palocci-cai-e-atenua-crise-politica-mercado-ve-alivio,729278,0.htm

Resumo:

Pela segunda vez Antônio Palocci cai do cargo de homem forte do governo. Independente de sua inocência ou não (ninguém conseguiu provar nada), fica um sensação profunda de decepção com os políticos que gerem nosso país. O poema fala sobre esse grande vazio que os políticos representam para minha geração.

Poesia:

A propina, o escândalo e a maracutaia...

Isso tudo já foi integrado ao sistema.

Não faz diferença quem entre ou quem saia:

Trocam-se rostos, mas se mantém o esquema!

Se acaso  aparecer alguém de boa laia

Disposto a lutar contra o estratagema,

Pode crer que deixará de ser problema

Tão logo na sua conta um dinheiro caia.

Cada qual com seu respectivo laranja,

Nosso suado dinheiro, sem pena, esbanja...

Pior: jura de pés juntos que a grana é sua!

Bem se sabe que lucram às nossas custas,

Porém, ninguém os pune de forma justa:

Sempre voltam ao poder, e às falcatruas.

Semana de 05/06 a 12/06/2011: Adeus, Pet

Matéria:

http://extra.globo.com/esporte/brasileiro/flamengo-corinthians-empatam-na-despedida-de-petkovic-1963025.html


Poesia:

I

Vejo ainda claramente rezar o Alessandro,

Angelim ainda está subindo de cabeça,

E, antes mesmo das bolas entrarem sem pressa,

Posso me ver em meio à nação comemorando.

Volto um pouco mais e o vejo a bola ajeitando,

Como se ali entre eles rolasse uma conversa,

Depois, enquanto a massa está quase enfartando,

Ele caminha a seu encontro, tranqüilo à beça.

Parecia saber que os dezenas de milhares

Com seus lacrimosos e aflitivos olhares

Logo se tornariam, eufóricos, um só grito...

Como se, ignorando tamanha incerteza,

Ele pudesse prever suas duas proezas

E saber que sairia dos campos como um mito.

II

Quando esse filme alegre acaba em minha mente,

Sinto na face umas lágrimas escorridas.

Olho ao redor e vejo o mesmo em toda gente:

Jovens, velhos, crianças que nem eram nascidas,

Ninguém muito preocupado com a partida.

A linda festa não disfarça a dor presente:

Cada um dos quarenta mil da magnética sente

Que uma Era se liquida nessa despedida.

Ele entra logo, é o primeiro, de crianças rodeado...

Vê-se claramente que ficou emocionado

Com seu nome no humano mosaico da vez.

Enquanto ele se aquece, o choro não contenho

É a derradeira oportunidade que tenho

De admirar o único que honrou a lendária DEZ.

III

Final do primeiro tempo, atuação discreta...

Abreu faz de falta o que devia ser seu gol...

A lateral do gramado já está repleta,

É a hora certa de começar seu último show...

Reverenciando a torcida, uma volta completa...

Recebe a salva de palmas que tanto escutou!!!

Depois de se retirar, deixa a torcida quieta

Se perguntando  baixinho:”já terminou?”.

Para mim não houve segundo tempo de jogo,

Pensava apenas no Vasco, Flu e Botafogo

Sendo humilhados pelo gringo do Mengão.

Seus dribles, passes, faltas e gols olímpicos...

Você até amenizou nossa fome de Zico.

Valeu, Pet, você fez muito pela Nação!

Semana de 30/05 a 04/06/2011: Convivendo com as diferenças

Matéria:

http://noticias.bol.uol.com.br/brasil/2011/06/01/marcha-da-familia-reune-50-mil-religiosos-em-brasilia.jhtm


Poesia:

I

Ah, esse povo com suas procurações divinas,

Os representantes de Deus no meio da gente,

Eles são a voz que o certo e o errado ensina...

Únicos aptos a apontar os diferentes

E condená-los com base na lei que imaginam...

Não importa se na lei humana são inocentes

Esse seu atávico preconceito sovina

Os permite julgar com base só em sua mente.

Crêem que tudo podem em nome de sua fé,

Se acham superiores, os outros são ralé,

Se definem guerreiros do bem contra o mal.

Caro leitor, sabe de quem falo no poema?

Eu não! Pois, dependendo da discussão em tema,

Todo nós fazemos exatamente igual.

II

Gente evangélica, gay, branca, preta,

Direitistas, esquerdistas, apartidários,

Antenados, liberados, caretas,

Guardas, sindicalistas, empresários...

Todo grupinho do nosso planeta,

Com sua crenças, opções e desvarios,

Deseja suplantar seus adversários

Pra provar que sua escolha é a mais correta.

Enquanto seguimos nessa luta vã,

Segue o Sol a nascer toda manhã,

Continuam Galáxias sendo formadas,

Permanece o Universo sua fluência impoluta...

Ou seja, nada mudam nossas lutas,

Ficamos nos digladiando por nada.